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Metaverso na Educação: será que nós educadores teremos que nos informar sobre isso?

Ao procurar cursos e lives sobre metaverso, podemos encontrar muito material disponível. Hoje já conseguimos acessar diferentes metaversos à partir de avatares, nos diversos games que os jovens jogam compulsivamente. Para uma maior imersão neste mundo virtual, existem óculos de realidade virtual, luvas sensoriais e até macacões de corpo inteiro! A expectativa é que, em um futuro próximo, teremos plataformas de acesso a diferentes metaversos e que cada filme assistido vire um metaverso.

Quanto a nós educadores, seremos cobrados a pesquisarmos como usar este ambiente, quais recursos estarão disponíveis que podem ajudar em nossa profissão, como nos proteger e como formar alunos para este mundo. 

A questão é….queremos isso? Será que a Educação terá vantagens que justifiquem o uso de mais esta tecnologia? Será que os nossos estudantes aceitarão o uso pedagógico de metaversos? Qual será  o tempo necessário para prepararmos eventos/cursos no metaverso? 

Durante a pandemia, tivemos que nos adaptar ao ambiente virtual, utilizando recursos de educação à distância para darmos continuidade aos estudos mesmo em isolamento. O nosso tempo de trabalho para preparar aulas, elaborar avaliações e corrigir atividades aumentou muito. O resultado disso nós sabemos, muita defasagem em conhecimentos e problemas emocionais que persistem até hoje, tanto em nós educadores como nos estudantes. Claro que naquele momento em que não tínhamos como fazer diferente sem abrir mão de segurança, a tecnologia permitiu a manutenção de um contato mínimo com nossos alunos e colegas de trabalho, mas agora que estamos novamente indo para as escolas, temos até arrepios ao pensar em voltar a trabalhar online com os estudantes!

O que podemos fazer sobre isso? 

Acredito que o metaverso estará entre nós em breve, independente de nossa vontade. Para que a gente não caia no desespero de ter que aprender sendo obrigados a isso, podemos começar a olhar este novo mundo virtual com curiosidade, sem pressão. Podemos listar o que acreditamos serem vantagens e desvantagens desse recurso com antecedência, conversando com nossos coordenadores e colegas. Trocar ideias com nossos estudantes, com nossos filhos e conhecidos que já estão em contato com metaversos em jogos, obter informações sobre vivências nestes ambientes, pesquisar lives e podcasts sobre o assunto, tudo isso poderá resultar em dados que nos ajudarão a participar de maneira ativa e crítica em futuras discussões sobre possíveis impactos do metaverso na Educação. 

Vamos mudar nosso MINDSET de espera por uma oportunidade de opinar para um MINDSET de previsibilidade frente às novidades tecnológicas, antes que elas nos alcancem em sala de aula. Vamos quebrar o ciclo que ocorre nas escolas, onde novas tecnologias são apresentadas em muitos casos sem a consulta prévia aos professores, com honrosas exceções. A proposta é atuarmos em grupos de estudos, debatendo sobre este e outros temas que irão surgir e nos afetarão de maneira direta. Assim poderemos colaborar com as escolas na tomada de decisões mais assertivas em relação a tecnologias, e poderemos evitar a adoção e o uso de tecnologias que mais atrapalham do que ajudam. 

Fontes pesquisadas: 

https://revistaeducacao.com.br/2022/01/26/metaverso-educacao-pocas/

https://revistaeducacao.com.br/2021/11/26/tecnologia-educacional-sem-os-professores/

Imagem destacada: 

https://br.freepik.com/vetores-gratis/miniatura-do-youtube-do-metaverso-gradiente_27262097.htm#query=metaverso&position=41&from_view=search&track=sph

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Patrícia Narvaes

Atuou como professora e orientadora nos projetos de inclusão de tecnologias da comunicação na área da educação pela Escola do Futuro da USP. É praticante de Comunicação Não-Violenta (CNV) desde 2013, onde descobriu o poder de uma escuta profunda e como isso pode afetar a comunicação e melhorar as relações humanas, promovendo conexão e acolhimento. Em 2020, conheceu o Thinking Environment ou “Ambiente para Pensar”, abordagem criada pela Nancy Kline, que permite criar um ambiente de escuta apreciativo, levando as pessoas a removerem bloqueios e praticarem o pensamento independente.
Hoje, Patrícia é Facilitadora de Reuniões e Coach em Thinking Environment, certificada pela Time To Think, além de ser uma das organizadoras do projeto Escuta Viva, onde oferece práticas de escuta, cursos, palestras e atendimentos focados na comunicação e nas relações