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Mostrar vulnerabilidade é admitir falhas, dizer que não sabe algo, demonstrar emoções e correr o risco de ser julgado por isso.

Há alguns anos, mostrar vulnerabilidade era considerado um erro, perigoso, algo a ser evitado pois era visto como sendo uma fraqueza da pessoa, em especial, no ambiente de trabalho. Atualmente, um líder que mostra certa vulnerabilidade pode ser considerado forte. A ideia de ser possível controlar tudo, saber tudo, ser sempre aquela pessoa equilibrada e segura já caiu por terra. 

Quantas vezes nós educadores ouvimos de nossos professores do passado a frase “Não sei, não tenho conhecimento sobre isso.”? Era muito raro que alguém se arriscasse, na frente de uma turma de estudantes, admitir que não sabia alguma coisa. Atualmente, isso é possível e até desejável para se construir uma boa relação de confiança e colaboração em sala de aula.  Além disso, se alguém se arriscar a chutar alguma informação, logo vem um aluno e desmente pois procurou no Google e viu  o conteúdo no momento da aula. 

Acredito que isso trouxe mais alívio a nós educadores, uma vez que acabou com aquela cobrança totalmente irreal de saber tudo sobre tudo, mesmo que se considere conteúdos  dentro dos limites de sua disciplina. Não há mais razões para nos cobrarmos tanto. Se não soubermos algo, vamos pedir a colaboração dos estudantes para pesquisar e encontrar respostas. Essa relação de confiança se constrói e será fundamental no futuro profissional das novas gerações.  As empresas não contratam mais com base em conhecimentos específicos e sim na capacidade de aprender a aprender, se adaptar a mudanças e colaborar de maneira proativa.  

Mas a autoconfiança é necessária para que, ao dizer que não sabe, a pessoa passe credibilidade em sua capacidade. Uma boa base, sólida e bem estruturada de conhecimentos,  é necessária para que essa pessoa se coloque com firmeza gentil, sincera, autêntica. 

Voltar atrás em uma ação que incorreu em injustiça ou prejudicou alguém é se colocar em uma posição vulnerável pois poderão haver julgamentos e consequências desagradáveis, mas ao mesmo tempo mostrará o quanto a pessoa é ética, tem princípios e valores fortes, é confiável.

Segundo artigo publicado na Revista VOCÊ RH de outubro/novembro de 2022, existem pelo menos cinco vantagens de demonstrar vulnerabilidades:

1. Conexões mais profundas – formação de vínculos interpessoais mais fortes

2. Equipes que colaboram – saber o que afeta o outro e doque ele precisa estimula colaboração

3. Mais confiança –  mostrar as próprias falhas e duvidas abre espaço para que os outros também façam isso

4. Inovação – ideias criativas são mais geradas em ambientes que aceitem erros

5. Ambientes mais saudáveis – a confiança nas pessoas cria uma atmosfera favorável a se buscar ajuda mais rápido ao enfrentar problemas de saúde e de relacionamentos na equipe

E você, se mostra vulnerável em alguns momentos? Pense nisso!

Fonte pesquisada: VOCÊ RH – Editora Abril, Out/Nov 2022

 

Fonte da imagem em destaque:

https://br.freepik.com

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Patrícia Narvaes

Atuou como professora e orientadora nos projetos de inclusão de tecnologias da comunicação na área da educação pela Escola do Futuro da USP. É praticante de Comunicação Não-Violenta (CNV) desde 2013, onde descobriu o poder de uma escuta profunda e como isso pode afetar a comunicação e melhorar as relações humanas, promovendo conexão e acolhimento. Em 2020, conheceu o Thinking Environment ou “Ambiente para Pensar”, abordagem criada pela Nancy Kline, que permite criar um ambiente de escuta apreciativo, levando as pessoas a removerem bloqueios e praticarem o pensamento independente.
Hoje, Patrícia é Facilitadora de Reuniões e Coach em Thinking Environment, certificada pela Time To Think, além de ser uma das organizadoras do projeto Escuta Viva, onde oferece práticas de escuta, cursos, palestras e atendimentos focados na comunicação e nas relações