Negociação para educadores: será que precisamos?
Qual é a sua concepção sobre negociação? Você acha que é necessário se preparar previamente para uma negociação? Pode citar alguma situação na qual já participou de uma negociação? Acredita que negociar faz parte do ambiente escolar, da profissão de educador e de sua vida pessoal? Sabe quais são os fatores que interferem na qualidade e no sucesso de negociações?
Dependendo de nosso conceito de negociação, nosso discurso em diferentes situações pode ser mais ou menos assertivo tanto no campo pessoal como no profissional. Vamos ver algumas possibilidades:
1. Se acreditamos que negociação inclui discussões onde um ganha e outro perde ou uma das partes deve ser convencido sobre alguma coisa, podemos ter uma postura defensiva, manipuladora ou até agressiva frente a outra parte, e isso poderá influenciar negativamente o resultado.
2. Se achamos que a capacidade de negociar bem é um dom que algumas pessoas recebem ao nascer e que não pode ser desenvolvida, podemos continuar a agir de maneira inadequada em situações onde a negociação é importante, ficando mais difícil atingirmos nossos objetivos.
Vamos a um conceito abrangente de negociação:
Negociar é um processo de comunicação bilateral com objetivos claros a serem atingidos, sem a intenção de manipular, convencer ou discutir/brigar, mas sim de cooperar em uma parceria/coautoria, influenciando eticamente as partes para se chegar a um acordo que seja satisfatório a todos os envolvidos sempre que possível.
JIMENEZ (2018) cita que negociar bem não é um dom, mas uma competência que pode ser aperfeiçoada ao longo da vida, mas para isso é necessário investir nas habilidades necessárias e em autoconhecimento. Além disso, não há uma receita simples de como negociar pois, além de outros fatores que serão apresentados adiante, cada pessoa tem suas próprias particularidades que influenciam em sua maneira de negociar, o que diz muito sobre os valores e a personalidade de cada um.
A escola é um local no qual ocorrem negociações?
Vamos considerar neste momento apenas uma situação – Reuniões com pais e estudantes durante o ano letivo.
Esta situação pode ser muito delicada em especial no caso de estudantes com algum problema específico como notas baixas, indisciplina, dificuldades de aprendizagem, depressão e ansiedade, entre outros. A conversa pode ser ainda mais intensa dependendo do estado emocional e as expectativas dos familiares.
Qual é o foco desta conversa? O estudante.
A negociação com a família deve visar apoiar o estudante, ajudando-o a enfrentar da melhor maneira possível a situação, garantindo maior rendimento escolar e aprendizagem significativa, além de manter ou atingir seu equilíbrio emocional e sua qualidade de vida neste processo. Tanto o professor quanto a família compartilham destes objetivos e precisam atuar com parceria. Para isso, é necessário que ambos os lados enxerguem as necessidades e dificuldades do estudante e da outra parte (professores/familiares). Coletar informações referentes ao estudante sob diferentes pontos de vista é necessário para pensar em possíveis ações mais assertivas.
Mesmo sabendo da importância de tudo o que foi colocado anteriormente, não é fácil negociar por existirem diversos fatores que afetam este processo. Veja alguns adiante!
Fatores que influem na Negociação
Vários fatores, além da personalidade e dos valores pessoais, influenciam no processo de negociação (FIORELLI, JIMENEZ, FISHER), como por exemplo:
l diferenças de poder
l capacidade de gerenciar sentimentos e emoções
l capacidade de argumentação/comunicação/liderança
l nível de flexibilidade
l nível de integração/relacionamento
l experiência em negociação
É preciso preparo anterior para uma boa negociação?