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Algumas revistas ligadas ao mundo corporativo publicaram em 2022 o tema Geração Baby Zoomers, alertando para uma das inúmeras consequências da pandemia no mundo do trabalho. Os Baby Zoomers nada mais são do que os trabalhadores que iniciaram suas jornadas nas empresas justamente nos anos de pandemia, permanecendo online e trabalhando à distância via plataformas como o Zoom.  Esses trabalhadores não tiveram  o ritual de início de carreira: escolher a roupa adequada para causar uma boa primeira impressão, chegar na empresa antes do chefe, organizar tudo o que seria preciso levar, etc. Não tiveram também a oportunidade de assimilar a cultura da empresa e se integrar com os colegas de trabalho através da convivência presencial. Trata-se dos profissionais que ´pertencem, em sua grande maioria, à Geração Z, nascidos entre 1995 e 2010.  O termo Baby Zoomers também tem sido usado no caso daqueles trabalhadores que mudaram de empresa durante a pandemia, e também ficaram trabalhando online e tendo que se adaptar à nova realidade à distância. 

Ao voltarem para o trabalho presencial total ou parcialmente por conta do progresso da vacinação no país,. estes Baby Zoomers tiveram que ser mais cuidados pelo RH, com propostas de engajamento e socialização, comprometimento e motivação, para adaptarem-se a cultura de seus locais de trabalho.

Pensando agora na realidade escolar, me dei a liberdade de criar um quase plágio de termo, os Estudantes Zoomers, ou quem sabe Estudantes Meetingers…O fato é que, com base em muitos relatos de educadores, a volta às salas de aulas tanto no esquema híbrido como no 100% presencial não foi nada fácil. Muitos conflitos, comportamentos inadequados, incivilidades, violência. 

Muitos educadores chegaram a sofrer até mesmo ameaças de seus estudantes. Além da defasagem em conhecimentos, os estudantes apresentaram defasagem em maturidade. Por que isso aconteceu? Será que não podemos traçar um paralelo com os Baby Zoomers das empresas? Afinal, esses estudantes também não viveram o ritual de início de ano letivo, escolhendo roupas adequadas, organizando seus materiais, interagindo presencialmente com seus colegas. E existem também os Professores Zoomers, contratados durante a pandemia ou que mudaram de escolas neste período de isolamento forçado. 

Toda essa reflexão que estou propondo tem por objetivo rever o que foi feito em 2021 e 2022 e analisar maneiras de fazer de 2023 um ano mais tranquilo, menos sofrido, tanto aos estudantes como aos educadores. O processo de adaptação aos ambientes de estudos  depende de todos, não apenas dos educadores. Toda equipe de gestão e coordenação deve se preocupar e participar junto aos professores e estudantes, com medidas que tenham como principais objetivos os mesmos citados no caso de empresas: socialização, integração, aculturação, motivação e comprometimento. O conteúdo a ser trabalhado pode ser inclusive uma das fontes de temas que gerem práticas colaborativas e integradores. Reuniões entre os educadores experientes e os novos integrantes da equipe docente são fundamentais para que a proposta pedagógica da instituição seja passada, ajudando na adaptação e comprometimento com as demandas que virão em 2023. 

Economizar em tempo de integração da equipe docente e deles com os estudantes nunca foi uma boa economia. Precisamos rever isso nas escolas, com propostas e muita negociação. 

Fontes pesquisadas em Janeiro/2023:

https://forbes.com.br/carreira/2022/04/ta-vendo-a-minha-tela-conheca-os-baby-zoomers-a-nova-geracao-de-profissionais/

https://vocerh.abril.com.br/futurodotrabalho/baby-zoomers-como-engajar-a-geracao-que-comecou-a-trabalhar-na-pandemia/

https://www.aberje.com.br/coluna/o-que-muda-na-cultura-das-empresas-com-a-chegada-dos-baby-zoomers

Fonte da imagem destacada: 

https://br.freepik.com/fotos-gratis/trieng-adulto-para-alcancar-trabalho-e-vida-pessoal_30589810.htm

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Patrícia Narvaes

Atuou como professora e orientadora nos projetos de inclusão de tecnologias da comunicação na área da educação pela Escola do Futuro da USP. É praticante de Comunicação Não-Violenta (CNV) desde 2013, onde descobriu o poder de uma escuta profunda e como isso pode afetar a comunicação e melhorar as relações humanas, promovendo conexão e acolhimento. Em 2020, conheceu o Thinking Environment ou “Ambiente para Pensar”, abordagem criada pela Nancy Kline, que permite criar um ambiente de escuta apreciativo, levando as pessoas a removerem bloqueios e praticarem o pensamento independente.
Hoje, Patrícia é Facilitadora de Reuniões e Coach em Thinking Environment, certificada pela Time To Think, além de ser uma das organizadoras do projeto Escuta Viva, onde oferece práticas de escuta, cursos, palestras e atendimentos focados na comunicação e nas relações