No nosso Instagram, estão surgindo relatos de experiências de professores neste período de pós-pandemia. Uma queixa frequente é o aumento de conflitos nos espaços educacionais (salas de aula, em especial).

Como já apresentado no texto referente a conflitos, existem vantagens e desvantagens que devem ser observadas. O gerenciamento de conflitos é um assunto amplo, que envolve diferentes áreas do conhecimento, entre as quais a psicologia, a programação neurolinguística e a comunicação.

Daniel Goleman apresentou em uma de suas pesquisas um resultado importante quanto às habilidades essenciais dentro da Inteligência Emocional, para líderes: o autoconhecimento, a motivação, o autocontrole, a empatia e a destreza social.

Vamos falar um pouco sobre cada uma desta habilidades, adaptando ao mundo da Educação.

Autoconhecimento

Conhecer nossos pontos fortes e pontos que precisam ser melhorados é uma tarefa árdua e contínua, estando ligados à motivação e valores pessoais e sendo essencial em cargos de liderança ocupados por nós educadores. As nossas ações, pensamentos e comportamentos são diretamente impactados por estes fatores. Portanto, quando reagimos de maneira áspera ou violenta a determinada situação, precisamos verificar o que nos motivou a esse comportamento indesejável, se a situação realmente exigia esta reação ou se exageramos, causando impactos negativos em nossos alunos ou colegas. Perguntas importantes para analisar o ocorrido: O que me fez sentir raiva? Qual valor foi diretamente afetado pela situação? Que sentimentos foram originados ao vivenciar essa situação? Eu já passei por algo parecido antes?

Motivação

Quais as nossas motivações em relação à nossa profissão? O que desejamos alcançar ou conquistar? Essas questões são muito importantes e precisam ser revistas de tempos em tempos. Em especial após a pandemia, continuamos com as mesmas expectativas profissionais? O que precisamos para a nossa motivação voltar ao que era antes da pandemia, ou aquela do início de nossa carreira? Conversar com colegas pode ajudar a refletir e ver a realidade como ela é, sem exageros e sem subestimar a sua complexidade. Buscar novos caminhos dentro da profissão pode ser uma motivação.

Autocontrole

Em qualquer situação, seja ela profissional ou pessoal, a identificação correta e a gestão de nossas emoções é importante. Controlar ou redirecionar impulsos e estados de ânimo problemáticos como ansiedade, raiva, agressividade e medo durante situações que envolvam conflitos, negociações e relacionamentos interpessoais é essencial para evitarmos consequências indesejadas. Sabemos o quanto esse autocontrole foi necessário na pandemia e continua sendo na pós-pandemia. Uma forma de treinarmos o autocontrole é retomando de maneira reflexiva situações de conflito vivenciadas e analisando como uma pessoa que estaria assistindo o que aconteceu, sem filtros ou limitações, tentando relembrar e analisar detalhes como nosso estado geral (de saúde e emocional) no momento, nossas reações aos fatos ocorridos e o desfecho, verificando se o mesmo poderia ter sido diferente. Isso vale muito em situações nas quais vamos nos reunir com aquele colega que nos causou desconforto na reunião anterior, ou entrar na sala de aula onde, por alguma razão, perdemos a paciência na semana passada. A leitura de relatos de experiências de colegas que passaram por situações diversas também é uma ótima maneira de ter dicas de autocontrole.

Empatia

Existem diversas formas de conceituar empatia. Cada um de nós possui seu próprio conceito. Vamos adotar neste momento empatia como a capacidade de entender a estrutura emocional de outras pessoas. Isso só é possível à partir de um bom autoconhecimento e interações interpessoais. Precisamos reconhecer nossas próprias emoções para identificar as mesmas nos outros. A empatia potencializada pode melhorar nossa capacidade de reagir, nossos comportamentos e nossas próprias emoções, ou seja, o autocontrole. Detectar o estado emocional do outro, bem como ser empático com suas necessidades em um momento de conflito, pode ser o que irá definir o desfecho da situação. 

Destreza social

A capacidade de construir e manter relacionamentos interpessoais reforça muito a capacidade de um líder em conduzir as pessoas para a direção desejada como: evitar ou minimizar conflitos, participar de processos de aprendizagem propostos, aceitar sugestões em trabalhos e ações. Além disso, aumenta o autoconhecimento, a empatia e o autocontrole. Várias áreas do conhecimento são a base da destreza social, entre as quais destacamos a Comunicação e a  Gestão emocional.  

Com isso, podemos apenas começar a pensar se temos essas habilidades desenvolvidas ou se precisamos potencializá-las! Podemos perceber também que elas estão interligadas. Todos nós temos ao nascer certos níveis de habilidades de inteligência emocional, e podemos sempre fortalecê-los!

Fonte pesquisada e adaptada para elaborar este post: 

Inteligência emocional [recurso eletrônico]/ Daniel Goleman…[et al.];[Harvard Business Review]; tradução Paulo Geiger. Rio de Janeiro:Sextante, 2019.

Imagem destacada: https://stock.adobe.com/br/images/kids-emotional-intelligence-little-kid-holding-happy-sad-and-unsatisfied-yellow-faces/482689427?prev_url=detail